quinta-feira, 17 de novembro de 2011

CELSO RAMOS - 50 ANOS

Este mês, a Escola de Ensino Médio Governador Celso Ramos comemora 50 anos. Tive a felicidade de participar em dois momentos distintos de sua história. Durante 3 anos fui aluno, e por quase 7 anos, professor. Nós morávamos em Massaranduba/SC, quando meu pai, Albano Petry (já falecido) resolveu se mudar para Joinville, porque lá, não tinha o antigo 2º graus (hoje Ensino Médio). Meu pai estudou só até a 2ª série, mas tinha muito conhecimento. A escola por onde passou quase toda a minha família foi o Celso Ramos. Começou com minha irmã mais velha, e terminou comigo. São muitas recordações de quando eu era estudante, dos amigos que conquistei, dos bons professores, dos momentos de lazer que tivemos juntos. Tenho amigos até hoje desta época. Passou um tempo, e depois retorno como professor. Quando me graduei, sempre quis lecionar nesta Escola e foi o que aconteceu. Como professor de história, pude colocar em prática o que aprendi na faculdade e o que foi bom quando era aluno. Uma frase que sempre falava para os alunos era “não faça para os outros aquilo que não quer que seja feito com você”. Já fui aluno e entendo que quando você é professor, você valoriza ainda mais esta profissão. Assim como ser pai e filho. Hoje sou pai e agradeço todos os dias pela atitude do meu pai. Lembro das atividades que desenvolvia com os alunos, sempre tentando provocá-los para o protagonismo da história. Ser sujeito ativo e transformador da sociedade. As aulas não se resumiam ao quadro e giz. Sempre tive o apoio da direção que permitiu que levássemos os alunos ao cinema para ver por exemplo o filme Cidade de Deus, ou para o teatro prestigiar a Dionisos. Também organizamos mostras culturais, coordenei um grupo de teatro, fizemos viagens de estudo. Muitas vezes trabalhamos interdisciplinarmente unindo filosofia, arte, história e literatura. Um trecho da música do Almir Sater diz que “cada um de nós compõe a sua história”. Concordo com isso, mas a nossa história é feita de muitas sinfonias e para minha música estar afinada são necessário outros instrumentos. Minha história é composta por muitas músicas. Todas as pessoas, lugares, sabores que passam pela vida da gente e marcam, fazem parte dela. A Escola Celso Ramos é minha história. Foi lá e na luta com minha comunidade que aprendi o que Augusto Boal quer dizer com “ser cidadão não é vive em sociedade, é TRANSFORMÁ-LA”. Obrigado por não esquecerem de mim. Vida longa Celso Ramos. Texto publicado no Jornal Notícias do Dia - Quarta-feira, 16 de novembro de 2011.

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